Tulio Karam: Uma vida no Karate Shotokan

*Por Tulio Karam*
Nasci em uma manhã ensolarada do dia 8 de agosto de 1971, na cidade do Rio de Janeiro, um lugar cheio de energia e diversidade. Meus pais, Gilson e Margareth, sempre foram uma grande influência em minha vida desde o início. No entanto, foi meu pai, Gilson, que plantou a semente da paixão pelas artes marciais em meu coração desde que me lembro. Ele era um ávido apreciador de filmes de artes marciais e ação, e frequentemente me convidava para assistir a essas produções empolgantes com ele. As cenas de luta e os heróis destemidos desses filmes capturavam minha imaginação de criança e alimentavam minha curiosidade sobre o mundo das artes marciais.
Enquanto crescia, encontrei minha própria maneira de extravasar minha energia e determinação: jogando futebol. Claro, nunca fui o jogador mais habilidoso no campo, mas o que me faltava em destreza, eu compensava com pura garra. Era essa garra que meu pai sempre elogiava e que me motivava a continuar tentando, não importava o quê. O apoio e o incentivo de meus pais foram fundamentais para moldar minha personalidade e meu caráter desde cedo.
Foi no verão de 1985 que minha vida mudou para sempre, graças a meu primo Cristian. Ele havia se matriculado recentemente em uma academia de Karate no bairro de Vila Isabel, onde vivíamos, e estava ansioso para me mostrar o que havia aprendido. Passamos dias em Barra do Piraí, uma pitoresca cidade do interior do estado do Rio de Janeiro, onde Cristian compartilhou comigo os segredos do Karate.
Lembro-me vividamente daqueles momentos. Ele me mostrou movimentos de base, defesas e até o primeiro kata. Enquanto as férias escorriam pelos meus dedos, eu sonhava com o dia em que poderia me juntar a essa academia próxima de nossa casa e começar meu próprio treinamento. A perspectiva era emocionante, e quando março de 1985 chegou, eu dei o primeiro passo nessa nova jornada.
Minha jornada no Karate começou na academia Samurai Karate Club, localizada em Vila Isabel, Rio de Janeiro. Lá, conheci meu sensei e mentor, Mário Sérgio da Costa Machado. Ele era um mestre de respeito, um 3º Dan e contra-mestre de capoeira. Mário Sérgio era um discípulo dedicado de Sensei Takeuchi.
O primeiro encontro com Mário Sérgio deixou uma impressão duradoura em mim. A academia Samurai Karate Club era um lugar especial, onde os valores da disciplina, respeito e autocontrole eram tão importantes quanto os movimentos e técnicas do Karate. Foi lá que iniciei minha jornada para me tornar um verdadeiro karateca.
Mário Sérgio se tornou meu guia e mentor, não apenas na arte do Karate, mas também na vida. Sua orientação não se limitou apenas aos aspectos técnicos do Karate; ele compartilhou conosco a filosofia subjacente das artes marciais. Aprendi que o Karate não era apenas sobre golpes e chutes, mas também sobre autoaperfeiçoamento, autodisciplina e respeito pelos outros.
Minha mãe, Margareth, desempenhou um papel importante em minha jornada no Karate. Enquanto meu pai era o entusiasta dos filmes de artes marciais, minha mãe era o pilar emocional da família. Ela apoiou meu interesse nas artes marciais, mesmo quando não entendia completamente o que estava envolvido. Sua presença constante e seu apoio inabalável foram fundamentais para minha jornada no Karate. Ela sempre foi a voz da razão em nossa casa, lembrando-me da importância da disciplina e do equilíbrio em tudo o que fazia.
À medida que os anos passavam, minha dedicação ao Karate crescia. Treinava com afinco, dedicando horas a aprimorar minhas habilidades e aperfeiçoar minha técnica. Cada faixa conquistada era uma conquista pessoal, uma prova de que minha paixão e comprometimento estavam no caminho certo. Mário Sérgio nunca deixou de me desafiar a superar meus limites, a ser um aluno melhor e, acima de tudo, uma pessoa melhor.
O Karate não era apenas um esporte para mim; era um estilo de vida. Forjou meu caráter, moldou minha mentalidade e me deu as ferramentas para enfrentar os desafios da vida com confiança e resiliência. Aprendi lições valiosas sobre autocontrole, paciência e perseverança, que não apenas me serviram nas artes marciais, mas também em todas as áreas da vida.
Minha jornada no Karate não foi isenta de desafios. Enfrentei derrotas e momentos de autodúvida, mas cada obstáculo foi uma oportunidade de crescimento. Aos poucos, comecei a perceber que o verdadeiro triunfo no Karate não estava apenas em vencer os adversários, mas em superar a si mesmo, dia após dia.
Ao longo dos anos, meu relacionamento com Mário Sérgio se estreitou, e ele se tornou mais do que um mentor; ele se tornou um grande amigo. Suas palavras sábias continuaram a me guiar, não apenas no Karate, mas na minha jornada como ser humano.
À medida que o tempo passou, comecei a ensinar Karate aos outros, compartilhando o conhecimento que havia adquirido. Ver meus alunos crescerem e se tornarem karatecas confiantes e disciplinados trouxe uma profunda sensação de realização. Eu estava transmitindo a chama que Mário Sérgio havia acendido em mim para a próxima geração.
Hoje, quando olho para trás, vejo uma vida dedicada ao Karate e às lições que ele me ensinou. Não apenas as técnicas e os movimentos, mas os valores fundamentais que moldaram minha personalidade. O Karate me deu a força para enfrentar as adversidades com coragem, a humildade para continuar aprendendo e a gratidão pela jornada que percorri.
Minha mãe, Margareth, e meu pai, Gilson, desempenharam papéis cruciais nessa jornada. Com amor e apoio, eles me permitiram perseguir minha paixão e moldaram o homem que me tornei. Suas lições sobre a importância da determinação, respeito e perseverança nunca foram esquecidas.
Mas…. existe muito mais a ser publicado, por enquanto fico por aqui.
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Oss!